Amar, não! Quero foder!


Eu sei, este blog tem testosterona a mais. Falta uma perspectiva feminina. Ora, como eu não consigo, fui roubar uns parágrafos a este blog. Leiam com atenção:

Nunca gostaste que eu fosse ordinária. E eu sempre detestei que fosses lamechas. Ignoramos essa parte um do outro para abraçarmos todo o resto, achávamos que todo o resto valia a pena, todo o resto seria muito melhor. Mas tu continuavas a querer que eu fosse outra coisa e eu continuava a achar que eras outra coisa. E quando achávamos que podíamos ser indiferentes abríamos ainda mais o precipício entre nós.

Tu querias fazer amor comigo e eu queria um homem que me fodesse. Que me quisesse nua e crua, já, agora! Que não pudesse esperar para me ter e para meter. Tu querias uma dança coordenada, um ballet entre dois, querias saborear e amar. Eu queria o caos, corpos suados, dor, prazer, raiva, paixão!

Amar…isso do amor é durante dia. É durante a luz. O amor é tudo aquilo que fazemos um com o outro e um para o outro. E eu precisava da noite e também precisava que me acompanhasses, mas tu davas-me a mão e puxavas-me para ti. “Não entres aí” – dizias. E eu ficava para o amor mas tu nunca para a paixão. Eu precisava que me fodesses. E tu nunca percebeste que foder era também uma forma de amar. Queria perder-me completamente no teu corpo, no prazer, na tua pele, no êxtase. Mas tu… tinhas medo de te perder na noite ou em mim (ou em ti). Não confiaste em mim o suficiente para que te levasse e ficaste. Eu preciso que me mordas o lábio tanto quanto me digas que me amas ao ouvido.

Eu preciso que me arranhes a pele tanto quanto me acaricias o cabelo. Eu preciso que entres em mim vigorosamente tanto quanto me abraças com ternura. Mas tu não. E quando deixamos de fazer amor, deixou de haver amor pois já não havia qualquer tipo de entrega. E aí o abismo aprofundou abruptamente. Tu precisavas que te amasse delicadamente. Que trocássemos juras eternas, que te acarinhasse e controlasse a tesão. Tu não querias abdicar do espaço do amor e deixar entrar a paixão. Tu não querias perder o controlo. Tudo era romantizado, adocicado, coreografado.

Fomos indiferentes até que as diferenças nos afastaram. Para que me amasses completamente terias de abraçar o teu demónio interior, só assim conseguirias entender o meu. Faltava-te uma parte que eu não poderia preencher. Faltava-me uma parte que tu não poderias preencher. E mesmo tendo sido muito não fomos tudo. E assim ficamos incompletos.

Eu na noite e tu no dia.

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